Nove chefes do tráfico foram mortos pela polícia. Os criminosos de fora do Rio vinham de pelo menos sete estados brasileiros.
Polícia do Rio identifica 99 mortos em megaoperação | Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil
Lauro Arttur
A Polícia Civil do Rio de Janeiro divulgou, nesta sexta-feira (31), novos dados sobre a megaoperação nos Complexos da Penha e do Alemão, que deixou 121 mortos, entre eles quatro policiais. Segundo o balanço oficial da Operação Contenção, 99 corpos já foram identificados, e 78 dos mortos possuíam antecedentes criminais. Além disso, 42 tinham mandados de prisão em aberto, e 40 eram de outros estados.
De acordo com as investigações, os criminosos de fora do Rio vinham de pelo menos sete estados brasileiros: Pará, Amazonas, Bahia, Ceará, Paraíba, Goiás e Espírito Santo. As autoridades afirmam que a presença de integrantes de facções de outras regiões reforça o papel do Complexo da Penha como um ponto estratégico para o escoamento de drogas e armamentos do Comando Vermelho.
Entre as lideranças do tráfico mortas na ação, estão “Russo”, apontado como chefe do tráfico em Vitória (ES); “Chico Rato” e “Gringo”, de Manaus (AM); “Mazola”, de Feira de Santana (BA); e “DG” e “FB”, também da Bahia. O delegado Curi, responsável pela investigação, destacou que os mortos eram originários de quatro das cinco regiões do país, com exceção da Região Sul, que não teve registros.
Além dos mortos, a operação resultou na prisão de 113 pessoas, das quais 33 eram de outros estados e 10 menores de idade. Mais da metade dos detidos (54) possuíam anotações criminais.
A Operação Contenção foi deflagrada para desarticular uma rede interestadual de tráfico de drogas e armas ligada ao Comando Vermelho. As forças de segurança afirmam que a presença de criminosos de várias regiões demonstra o alcance nacional da facção e o uso do Rio de Janeiro como base logística para atividades ilícitas.
A ação, contudo, segue sob forte repercussão nacional e internacional, por conta do alto número de mortes, que fez da operação a mais letal da história do país, superando o massacre do Carandiru, em 1992.