As eleições brasileiras não foram um sucesso, e não estamos sendo partidários em nenhum grau, apenas realistas. A quem deveria prezar pela justiça eleitoral, pelo equilíbrio na disputa, cabia também a previsão de que uma sensação de falta de transparência traria, provavelmente, uma insurgência como a que vemos no momento. O Tribunal Superior Eleitoral não apenas insistiu no erro de afrontar a vontade de parte considerável da população, como não foi capaz de prever as consequências da eleição de um candidato tido como suspeito por essa mesma grande parte da população, num cenário de alegada falta de transparência. A narrativa de jornalistas de opinião, que devem ser protegidos pela constituição brasileira em sua atuação profissional, era justamente a de que a eleição do candidato que foi retirado de sua condenação era certa, através de uma manobra fraudulenta, e, pelo que vemos, essa narrativa encontrava eco na população brasileira. Nesse sentido, considerando que jamais houve intenção da justiça eleitoral brasileira em favorecer o candidato Lula, e que nunca houve a intenção de retirá-lo de sua condenação para dar sequência a uma série de processos ilegítimos, a atitude do mencionado Tribunal foi totalmente avessa a qualquer ato de responsabilidade por parte daqueles que tinham a única obrigação de prover eleições limpas e perceptivelmente transparentes.
Ademais, a postura de membros da Suprema Corte Brasileira em militar politicamente em desfavor de um mecanismo que desse materialidade ao voto, contribuiu ainda mais para que a narrativa dos apoiadores do atual presidente ganhasse corpo durante as vésperas do que se sabia ser uma eleição historicamente polarizada.
As consequências dessa imperícia e dessa falta de previsibilidade por parte de ministros do STF podem nos custar muito caro.
Essa é a opinião do Informa Limeira.