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AVC gera custo de quase R$ 3 bilhões à Previdência e à economia do Estado de São Paulo, aponta estudo da Firjan

Doença é responsável por mais de 40 milhões de dias de afastamento do trabalho e 110 mil mortes entre 2017 e 2023.

AVC gera custo de quase R$ 3 bilhões para o estado de São Paulo, aponta estudo da Firjan | Foto: Divulgação Firjan

Lauro Arttur

O Acidente Vascular Cerebral (AVC) representa um dos maiores impactos econômicos entre as doenças crônicas não transmissíveis em São Paulo. Um levantamento da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), elaborado pelo Centro de Inovação SESI em Saúde Ocupacional (CIS-SO), aponta que o estado registrou perdas de produtividade próximas a R$ 3 bilhões (R$ 2,97 bilhões) apenas em 2023 — o equivalente a 56,8% de toda a perda salarial da Região Sudeste.

Os efeitos da doença vão além das finanças. Em dezembro de 2023, São Paulo contabilizava 24,2 mil beneficiários de auxílios previdenciários por sequelas de AVC — mais da metade do total do Sudeste, de 46,7 mil. O tempo total de afastamento somou 40,7 milhões de dias, o que equivale a mais de 111 mil anos de trabalho interrompido.

“Os dados mostram que o AVC não é apenas um problema de saúde pública, mas um dos principais fatores de pressão sobre a economia e a Previdência. Ele reduz produtividade, aumenta custos empresariais e impõe desafios ao equilíbrio fiscal do país”, afirma Leon Nascimento, coordenador do CIS-SO e responsável pelo estudo.


Desigualdades e desafios na rede de atenção

Segundo o levantamento, o Sudeste concentra 52% de toda a perda de produtividade nacional provocada pelo AVC, com São Paulo como o principal vetor desse impacto. Nascimento ressalta que as desigualdades regionais no acesso à rede de saúde agravam o quadro:

“A resposta hospitalar ainda é desigual, e isso influencia tanto a mortalidade quanto o tempo de recuperação dos trabalhadores”, explica.


Internações e mortalidade

Entre 2017 e 2023, o estado registrou 355,9 mil internações por AVC — quase metade (49,9%) das ocorrências do Sudeste — e 110,4 mil mortes, o equivalente a 53,3% dos óbitos da região.

A taxa paulista de internações é de 114,48 por 100 mil habitantes, menor que a de Minas Gerais (135,25) e Espírito Santo (133,04). Já a letalidade hospitalar em São Paulo é de 16,3%, abaixo da do Rio de Janeiro (20,54%), mas acima das de Minas Gerais (13,48%) e Espírito Santo (12,86%).

“O quadro reforça o duplo desafio de São Paulo: conter o impacto social e econômico de uma doença que, além de ser uma das principais causas de morte, também está entre as que mais custam ao país em produtividade perdida”, conclui Nascimento.

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