Moradia na Favela do Moinho | Foto: Newton Menezes/CDHU |
Lauro Arttur
Atendimento feito por CDHU e Sehab resultou em 44 acordos com comerciantes; valor será usado para reinvestimento ou retomada de atividades
Dos 66 comércios registrados na Favela do Moinho, em São Paulo, 44 já assinaram o termo de indenização para desocupação da área. A iniciativa é uma parceria entre a Secretaria Municipal de Habitação (Sehab) e a Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado (CDHU), que realizaram os atendimentos entre os dias 22 e 25 de julho.
O número representa 66% dos comerciantes cadastrados. Os que ainda não assinaram justificaram ausência por questões de saúde, pendências documentais ou interesse em analisar com mais calma os valores propostos.
Entre os estabelecimentos contemplados estão bares, lanchonetes, salões de beleza, mercearias, mercados, lojas de roupas, assistência técnica, estúdio de tatuagem e ferro velho. A ação integra o processo de reassentamento da comunidade, que também conta com pagamento de auxílio-moradia de R$ 1,2 mil para famílias até que recebam a chave do imóvel definitivo.
“Essa indenização aos comerciantes é mais uma prova de como podemos chegar ao melhor atendimento possível para o cidadão se somarmos esforços”, destacou o secretário estadual de Desenvolvimento Urbano e Habitação, Marcelo Branco.
Os atendimentos ocorreram em um escritório montado pela CDHU a 500 metros da comunidade. No local, também são prestadas orientações sobre capacitação, atualização de documentos e acesso à moradia.
Comerciantes ouvidos relataram satisfação com a negociação. O técnico em eletrônicos Weslei de Jesus afirmou que o valor proposto foi justo e será usado para custear sua faculdade. Já Josenilda Machado, proprietária de um salão de beleza, disse que pretende seguir com sua atividade em novo local.
A desocupação da favela completa três meses e já retirou voluntariamente 453 famílias. Todas com renda de até R$ 4,7 mil terão direito a unidades habitacionais gratuitas com valor de até R$ 250 mil, com subsídios estaduais e federais. Até agora, 288 imóveis foram descaracterizados, 103 emparedados e 14 demolidos.